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Urbano Tavares Rodrigues

Um dos mais notáveis escritores portugueses. À beira dos noventa anos, ainda é uma das vozes mais marcantes de toda a literatura de língua portuguesa. A escrita de Urbano acordou a moral e a sociedade que vivia amorfa em tempos de ditadura, cresceu no pós-revolução e na última década acrescentou livros de poemas à estrutura da sua vida literária.

Grande conhecedor de Manuel Teixeira Gomes, foi sobre este autor que elaborou a sua tese de licenciamento em Filologia Românica, no ano de 1950. É ainda sobre Teixeira Gomes que incidiu a sua dissertação de doutoramento, em 1984.
Publicou estudos sobre o Romance Francês Contemporâneo (1964), Realismo, Arte de Vanguarda e Nova Cultura (1966) ou também Um Novo Olhar sobre o Neo-Realismo (1981). Escreveu em diversas revistas e jornais (Bulletin des Études Portugaises, Colóquio-Letras, Jornal de Letras, Vértice, Nouvel Observateur, entre outros), foi director da revista Europa e crítico de teatro d' O Século e do Diário de Lisboa. Ele próprio, enquanto repórter, percorreu grande parte do mundo, tendo reunido relatos de viagem nos volumes Santiago de Compostela (1949), Jornadas no Oriente (1956) e Jornadas na Europa (1958). Foi leitor de português em diversas Universidades, sobretudo em Montpellier, Aix e Paris, em meados do século passado, época em que foi impedido de exercer docência universitária em Portugal. Facto que só com a Revolução do 25 de Abril se alterou.
Recebeu vários prémios literários: Ricardo Malheiros; Aquilino Ribeiro e Fernando Namora; Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários; Prémio da Imprensa Cultural; Prémio Vida Literária - atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores; O Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco.
Jubilou-se como Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, é membro efectivo da Academia de Ciências de Lisboa e membro correspondente da Academia Brasileira de Letras.
Urbano Tavares Rodrigues nasceu em 1923, perto do rio Ardila, Moura, no Alentejo.

 
António Nunes de Almeida

Tem 72 anos, nasceu em Maio de 1940 e O Galo do Ernesto já não pica ! é o seu primeiro livro. Não se poderá dizer que começou tarde porque já publica desde os 18 anos, mas nunca tinha aposto o nome numa lombada de livro. O seu primeiro trabalho Odeio gatos! saiu no já saudoso “Diário de Lisboa Juvenil” onde também obteve alguns outros prémios. Não era verdade que odiasse gatos, mas esse texto desencadeou outras colaborações dispersas em jornais e revistas. Vem, mais tarde, a colaborar na revista “Flama”, no semanário “Magazine”, sendo estes os títulos de maior realce onde teve escritos publicados.
Nunca tendo encarado a carreira das letras como profissão, não deixou
de ser praticante de jornalista no próprio “Diário de Lisboa”, ou no “Norte Desportivo” , fulgores esses apagados por quatro anos de vida militar obrigatória, com passagem por Moçambique em tempo de guerra.
Esteve quase a “ser jornalista” no “República” mas aqui foi o
25 de Abril que foi mais forte que os seus desejos de chegar ao objetivo de uma vida profissional entre tintas e linguados de papel.
Em Portugal, fez profissão durante uma vintena de anos como publicitário. Outra vintena cumpriu-a como empresário numa empresa que fundou e dirigiu até se reformar. Não deixou que a sua, chamemos, paixão pela escrita, ficasse numa arca tumular, apenas numa discreta prateleira de onde saíam aqui e ali, contos e comentários de índole diversa. Ainda foi editor de um jornal de uma associação de apoio aos stressados de guerra, mas andava morna a carreira!
Então, enfim, o recomeço! Ao frequentar um curso na Universidade Sénior da Universidade Técnica de Lisboa, aconteceu-lhe fazer todos os onze textos de ligação entre matérias disciplinares do livro de curso. O vício acordou e …continuou!
Seguiram-se prémios no Concurso de Mini Contos do I. Superior Técnico, Menção Honrosa no Concurso do Conto Alentejano da Casa do Alentejo (este texto está incluído no livro publicado pela Ediresistência) e colaboração em jornais regionais como o “Diário do Minho”, “Jornal da Comarca da Sertã”, ou o “Varzeense”, que foram surgindo e continuam a contar com o que o António escreve.
Na colectânea de contos com o título picaresco de O Galo do Ernesto já não pica !, picam, e de que maneira, histórias de gente de todos os dias, situações de amor e menos de ódio, com finais desafiantes completamente imprevistos. Escreveu também o estudo Contra Ventos e Censuras - A Viagem do Livro, editado em e-book pela Ediresistência.
Outros contos, outras estórias, no blogue do autor: Os Contos do António.
 
José Couto Nogueira

Nasceu em Lisboa, em 1945. Estudou economia, mas a sua primeira profissão foi fotógrafo. Viveu uma década em S. Paulo e outra em Nova Iorque. Teve um programa na televisão, fez um dos primeiros sites portugueses. Jornalista em publicações tão diferentes como a revista "Exame" ou o jornal "O Independente". Manteve uma coluna de ética no jornal "I". Tem três livros publicados: Táxi (2000), Vista da Praia (2003) e Pesquisa Sentimental (2009). A Procura da Felicidade e outras histórias da era digital, da colecção Resistência é o seu primeiro livro de contos.


Miguel Martins

Miguel Martins nasceu na cidade branca, no dia de Santa Cecília de 1969. Foi arqueólogo, historiador, cozinheiro, professor, radialista, crítico literário e musical, publicitário, bolseiro, barman, testemunha abonatória, comentador televisivo, pintor, empresário, dirigente desportivo, actor, letrista, conferencista, deputado municipal, cantor, tradutor, editor, músico, sem-abrigo, etc. Trabalhou em Portugal, Espanha, França, Moçambique e Cabo Verde. É membro do conselho editorial da revista Gândara da Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro e do Conselho das Artes do Centro Nacional de Cultura. Publicou treze livros (ensaios, short-stories, poesia, novela) e está representado em várias antologias. Foi traduzido para sérvio. Proprietário da editora Tea for One. Marco Rodrigues, Fernando Alvim, Ciganos d’Ouro e Carla Pires gravaram letras suas. Com António Vitorino d’Almeida escreveu as canções do espectáculo “ O Inspector Geral”, de Gogol, encenado por Maria do Céu Guerra. Enquanto músico, tocou com alguns dos mais importantes nomes do free-jazz e da música improvisada: Dennis González, Floros Floridis, Gail Brand, Patrick Brennan, George Haslam, Ken Filiano, Wade Matthews, etc.
Bibliografia: Seis poemas para uma morte, Loony Toons, Muhípiti, Jazz e Literatura, Atol, Cirrose, Penúltimos Cartuchos, O Taberneiro, Proibida a Entrada a Animais (excepto cães-guia), Lérias, Um Homem Sozinho, A Metafísica das T-Shirts Brancas e Fôlego sem folga.


Luís Filipe Barros
 
Autor de Rock em Stock, Café Com Leite e Ondas Luisianas, programas que ainda hoje marcam a história da música pop-rock na rádio e o chamado boom do rock português. Influenciado pela Radio Caroline e por outros sons que emergiram do Reino Unido, nos anos 60 e 70. Gravou o primeiro disco de hip-hop português, actor no filme O Lugar do Morto, fez Berros e Bocas na televisão. Depois da Rádio Comercial, chefiou o arranque da Antena 3, rádio que em 1994 atinge liderança de audiências na faixa jovem apenas com meia dúzia de emissores e foi director-adjunto de programas da RDP. Publicou o livro Mais Estórias da Música, em 2006. Em 2011, antes que a crise piorasse, achou que já era tempo de sossegar um bocado e de voltar à mesa com os amigos. Para além de escrever este livro.


Mário Galego

Jornalista desde 1987. Repórter da Antena 1, rádio em que já desempenhou outros papéis. Escreve e edita. Para além de muita coisa que escreveu, tratou de contar a história de um Festival que começou nos ano 80 (séc. XX), criado por um grupo de jovens que numa terra tradicionalmente agrícola, começou a ouvir jazz.